Marca, ama, arca, a, má, ar, cá... Observa, deprime, suprime, morre... Desmantela, desespera, descarrega até o coração inchar. Esvai-se e marca. A marca desmarca, remarca e mata. |
0 Comments
Logo no começo ele dizia que a sinceridade é uma dádiva das cobras. Quando cansado tomava assento ao meu lado esquerdo. Quando tomava assento ao meu lado direto, morria.
Sim, foi ele. Sempre dizendo que a omissão se fazia por necessidade. Pobre desgraçado. Se eu dissesse que não, estaria mentindo, pois não diz respeito a meu íntimo, e, ainda que eu não possa me expressar em afirmativa por outrem, vejo que outra saída não há. Concluirei. Digo que não é da minha conta. E se você quer saber, tome a direita, terceiro cruzamento. Sobre elas? Sim, claro. Foram elas que o mataram. Calcanhar. Sim, ele continuou acreditando. O que você esperaria de um louco agonizante? Um determinado velho não sofria aos impulsos da fome, tinha sede. A dor no corpo o acompanhava, tal como as pontadas no coração, sempre sorrateiras.
Já louco e sem apelo, com náusea forte, mas sem dor no cotovelo, o velho deitou-se e levantou... Levantou um braço ao céu e apontou o próprio peito. No dia em que eu me fizer ir, vocês se lembrarão sem nenhum peso, pois o que pesa é a minha dor. A verdade é que o velho já estava indo, mas ninguém o percebia. Já havia quase uma vida que o mal velho não sorria... Não sei onde acordei... Ele estava sonhando... ...mas não quero dormir novamente. Mas ele despertou. Ainda que fosse tarde, pois nem a lua mais brilhava, o velho chorou, mesmo passando quase uma vida chorando. Vem me levar, pois não passo fome alimentado de tristeza. Poucos sabem o que é ter alguma riqueza, a qual foi levada pela pobreza, pois o rico não sabia amar. Sucedeu-se que o velho adormeceu depois de três dias. Viajou. Ninguém sabe onde ele está, pois viajara adormecido e ninguém teve a coragem de despertar a velha consciência. Ninguém, também sacudiu o velho, pois não havia esperança de o mesmo melhorar. |