Deixo-te livre para ser percorrido. Morrerei antes que haja páscoa, esgotando minha vitalidade antes do novo ciclo. Vão achar que uma raposa definiu meu agouro e lamentarão que meus passos não mais te marcarão. Haverão lacunas no meu jardim novo, que mais pareceram covas. E as flores que nelas habitariam, chorarão amargamente, desejando que a páscoa nunca mais chegue, para não terem que experimentar da bebida quente e amarga. O cravo vai me adornar sem o calor da cumplicidade, então jurará um legado. Retornando até ti, o cravo seguirá os passos marcados, mesmo que se desviando inevitavelmente. Também ele, tomará uma cova ao lado da rosa, deixando que a beleza do lírio se destaque sozinha pela minha lembrança. Só te peço que persevere até que alguém lhe compreenda os labirintos que te são intrínsecos e desvende-os no próprio leito de morte. |