Estou em um deserto. Aqui é apertado, mas caberia mais um. Caberia... Queria acordar as feras, elas dormem logo ao lado, mas meus membros não se mexem, não posso deslocar-me ao que quereria. Jaz flor morta, já em minhas mãos. O Sol escalda-me a alma. Isento de perdão, me recolho ao frio da Lua, numa gruta logo aqui. Assim chamam-me: O Espírito do Deserto. Sou a alma que vaga sem andar, que grita e não se ouve e que chora fertilizando o abismo, justo pelo escorrer das lágrimas. |